Ainda me lembro de brincar às rádios...
Primeiro com o gravador e uma cassete, meia dúzia de palavras meio balbuciadas saídas de uma boca inocente e infantil.
Depois veio a primeira aparelhagem, dava para ter 6 cd's, programar uma playlist, ligar o microfone e pôr a cassete em Rec...e tão feliz que eu era, no meu quarto, como se fosse o estúdio de uma qualquer rádio de sonho...
Um dia, quase por acidente, veio a faculdade e o curso de Comunicação...as aulas de rádio pelas quais ansiava todas as semanas. E a descoberta do estúdio...já não era fruto da minha imaginação, era real, estava ali e eu tinha as minhas aulas preferidas sentada naquela cadeira, com as mãos naquela mesa, o microfone ligado...e era feliz, sentia que tinha encontrado o meu espaço, o sítio onde me sentia completa.
Para minha alegria, mais tarde chegou o estágio. Rádio Clube Português, tudo o que sonhei estava a tornar-se realidade! E foram quase quatro meses de uma intensidade...semanas sem folgas, folgas trocadas, fins de semana às sete da manhã...e era feliz, e fazia tudo sem reclamar...e conheci pessoas fantásticas, muitas que nunca sonhei sequer conhecer...e guardei amigos, conhecidos, um turbilhão de sentimentos e saudades...muitas...tantas saudades daquele corredor, do burburinho daquela redacção, do cheiro do estúdio...esse...inigualável...esse que se entranha em nós e nos alimenta o bichinho...
O sonho, a paixão da rádio...só compreende quem os tem, quem por lá passa...
E pensar que um dia disseram que a rádio ia morrer...nunca...a rádio é uma sobrevivente de guerras, é uma companheira de vidas, é um amor sem fim!
Hoje, que se assinala o primeiro Dia Mundial da Rádio, em pleno século XXI, temos a prova de que a rádio não morre, a rádio vai estar sempre connosco, mesmo quando nós não estivermos atentos a ela!!
Moonshadow
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