sábado, 14 de julho de 2007

A carta que nunca conseguimos escrever...

Quantas vezes já quisemos escrever uma carta assim na nossa vida? O Boss AC tratou do assunto por cada um de nós, não resisti a partilhar:

A Carta Que Nunca Te Escrevi

Desde o começo, não sei quem és, no fundo não te conheço
Se calhar sou o culpado, se calhar até mereço
Quis confiar em ti mas não deixaste, tu não quiseste
Imagino as coisas que tu nunca me disseste
Ás vezes queria ser mosca e voar por aí, pousar em ti
Ouvir o que nunca ouvi, ver o que nunca vi, nem conheci
Saber se pensas em mim quando não estás comigo
Será que és minha amiga como eu sou teu amigo?
Será que falas mal de mim nas minhas costas?
Há coisas em ti que tu não mostras ou já não gostas?
Quantas vezes te pedi para seres sincera, quem me dera
Imagino tanta coisa enquanto estou á tua espera
Apostei tudo o que tinha saí a perder, sem perceber
Já fui surpreendido porque quem pensei conhecer
Sem confiança a relação não resiste, o amor não existe
Quando mentiste, não fiquei zangado mas triste

A carta que eu nunca te escrevi
A carta que eu nunca te escrevi

Não peço nada em troca, apenas quero sinceridade
Por mais crua e difícil que seja, venha a verdade
Será que me enganas? Será que chamas a outro o que me chamas?
Será que é verdade quando me dizes que me amas?
Será que alguém te toca em segredo? Será que é medo?
Será que para ti não passo de mais um brinquedo?
Será que exagero? Será que não passa de imaginação?
Será que é o meu nome que tens gravado no coração? Ou não?
Eu sou a merda que vês mas ao menos sabes quem sou
E sabes que tudo o que tenho é tudo aquilo que te dou
Nunca te prometi mais do que podia
Prefiro encarar a realidade a viver na fantasia

A carta que eu nunca te escrevi
A carta que eu nunca te escrevi

Também te magoei mas nunca foi essa a intenção
E acredita que ver-te infeliz partiu-me o coração
Mas errar é humano e eu dou o braço a torcer
Reconheço os meus erros e que já te fiz sofrer
Porquê que não me olhas nos olhos quando pedes perdão?
Será por saberes que neles vejo o reflexo do teu coração?
E os olhos não mentem quando a boca o faz
E se ainda não me conheces então nunca conhecerás
Serás capaz de fazer o que te peço?
Desculpa-me ser mal educado quando stresso
Assim me expresso, sou frio e praguejo em excesso
Se conseguíssemos dialogar já seria um progresso
A chama enfraquece sinto que está a morrer aos poucos
Porquê que é assim? Será que estamos a ficar loucos?
Acho que nunca soubeste o quanto gostei de ti
Esta é a carta que eu nunca te escrevi.

Beijinhos a todos
Infravermelha

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Oh tempo volta pra trás?!

A vida... a nossa vida... é um assunto tão complexo como simples, é algo tão estranho como banal... a simples questão "e agora, o que faço à minha vida?" surge-nos todos os dias de várias formas.

Por um lado temos as opções simples, escolhas que não mudam o curso da nossa vida de forma significante. Aquelas questões tipo "hoje vou almoçar uma salada ou uma açorda?" (convenhamos que so muda o decurso da nossa vida se um dos pratos nos provocar uma indigestão...).

Mas na "açorda" da nossa vida tomamos opções quase a cada segundo e muitas das vezes são opções tão inconscientes que só sabemos que as tomámos quando arcamos com as consequências. Muitas das vezes são opções tomadas por impulso e são tão insensatas que quando, por fim, pensamos nelas perguntamo-nos "como é que eu fiz aquilo?"... mas também convém perguntarmo-nos "será que estou assim tão arrependido/a?"... surpreendentemente acabamos por concluir que quanto piores são as consequências menos nos arrependemos e mais desejo temos de não ter tomado a opção.
Não, eu não me enganei, o caos da ultima frase está correcto. Há muitas pessoas que só se arrependem do que não fizeram e, no meu ponto de vista, não deixa de ser uma boa teoria. A conversa do "está feito, está feito e pronto" tem lógica, voltar atrás no tempo é impossível, se fosse possível mudávamos muitas opções na nossa vida mas deixava de haver a beleza do impulso, a naturalidade dos actos, a ingenuidade momentânea, a subjectividade... e depois passávamos a viver num mundo calculista, objectivo e descolorido onde cada opção seria repensada à exaustão até chegármos a todos os seus prós e contras e concluirmos qual o melhor caminho a seguir... por um lado evitávamos o compasso de espera por tempo indeterminado numa encruzilhada de opções mas...seria a nossa vida melhor se pudessemos apenas pedir "oh tempo volta pra trás"?